Por que Cristiano Ronaldo optou por permanecer no Al Nassr e recusou a 'aventura' no Mundial de Clubes

Durante a celebração do título de Portugal, conquistado nos pênaltis contra a Espanha na final da Uefa Nations League, Cristiano Ronaldo pôs fim às especulações sobre seu futuro, confirmando que permanecerá no Al Nassr, da Arábia Saudita, para a próxima temporada.

"Futuro? Não mudará nada. Al Nassr? Sim", afirmou o craque, sinalizando a renovação de seu contrato, que termina no final de junho. A possibilidade de extensão já havia sido mencionada pela ESPN em 21 de maio.

Na ocasião, a ESPN revelou que Ronaldo estava insatisfeito com o projeto esportivo do Al Nassr, especialmente após a equipe não conseguir se classificar para a próxima Champions League Asiática.

Em meio às incertezas sobre o futuro do português, o jornal espanhol Marca noticiou que Ronaldo havia recebido um convite de um clube brasileiro para participar do Mundial de Clubes da Fifa.

Na época, fontes próximas ao jogador consideraram “improvável” que ele aceitasse uma “aventura” no Brasil para disputar o torneio intercontinental.

O principal motivo está relacionado às finanças. Na Arábia Saudita, Ronaldo ganha cerca de 200 milhões de euros anuais (quase R$ 1,3 bilhão), sem contar bônus e premiações previstos em contrato.

Embora o Mundial de Clubes seja uma competição atraente, o projeto esportivo na Arábia Saudita, onde Ronaldo é peça central no desenvolvimento do futebol local, tornou outras opções, como o Al Hilal, mais prováveis do que um clube brasileiro.

Houve uma oferta, por meio de intermediários, para que Ronaldo jogasse no Al Hilal, ex-clube de Neymar e Jorge Jesus, mas a possibilidade foi prontamente descartada pelo clube.

Apesar do contrato com o Al Nassr terminar em maio e das insatisfações com o projeto esportivo, a renovação era o cenário mais provável. No novo acordo, Ronaldo deverá receber 5% das ações do clube, aumentando significativamente seus ganhos. O contrato seria estendido por um ano, com possibilidade de mais uma temporada, mantendo-o como o principal embaixador do futebol saudita, de olho na Copa do Mundo de 2034, que será realizada no país.

Sobre a possibilidade de jogar no Brasil ou na América do Sul, Ronaldo mencionou “convites”, mas destacou a necessidade de pensar em curto, médio e longo prazo.

“No momento, não faz sentido falar de outras coisas além da seleção”, disse. “Houve muitos contatos [de clubes], alguns fazem sentido, outros não. É preciso avaliar a curto, médio e longo prazo.”

“Está praticamente decidido que não irei ao Mundial de Clubes, mas recebi muitos convites”, completou. Um dos clubes interessados foi o Fluminense.

Na semana passada, Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, revelou em entrevista ao podcast Setor Sul que sondou a situação de Ronaldo por meio de Jorge Mendes, seu ex-agente. Bittencourt perguntou sobre a possibilidade de Ronaldo jogar o Mundial, mas o craque descartou atuar no Brasil.

“Falei com o empresário para saber o que ele achava dessa ideia. Liguei para entender se havia alguma chance de Cristiano Ronaldo jogar o Mundial. Ele foi claro e disse que, no momento, não há interesse em jogar no futebol brasileiro”, contou Bittencourt. “Mencionei que o Fluminense tem as cores da bandeira de Portugal, que seria um sonho para nossa torcida, mas não houve proposta concreta.”

Antes da final da Nations League, Ronaldo também revelou ter recebido um convite de um clube argentino para o Mundial de Clubes.

“Tenho muito carinho pela Argentina. Minha esposa é argentina, são nove anos juntos. Recebi convites para jogar o Mundial com um clube de lá. Nunca se sabe”, disse. “Tenho 40 anos, é difícil, mas não posso dizer que nunca irei. Gosto muito dos argentinos e quero visitar o país.”

Após toda a especulação sobre uma possível saída do Al Nassr, resta agora aguardar a oficialização da renovação do contrato e observar como será o futuro de Cristiano Ronaldo no Oriente Médio.