Defensor do Real Madrid faz denúncia, e árbitro brasileiro ativa protocolo antirracista no Mundial de Clubes

Durante o confronto entre Real Madrid e Pachuca, no domingo (22), pelo Mundial de Clubes, o árbitro brasileiro Ramon Abatti Abel ativou o protocolo antirracista. Nos acréscimos do segundo tempo, o juiz fez o sinal de "x" com os braços, conforme estipulado pela Fifa para situações de racismo.

A ativação ocorreu após um desentendimento entre Rudiger, do Real Madrid, e Cabral, do Pachuca. O zagueiro espanhol, visivelmente irritado, fez uma denúncia ao árbitro, que o escutou e, em seguida, aplicou o protocolo.

O incidente começou após uma jogada em que Rudiger foi derrubado na área, disputando espaço com Cabral e caindo com a mão no rosto. Abatti Abel aguardou o término da jogada, paralisou o jogo e, após o gesto do protocolo, retomou a partida pouco mais de um minuto depois.

Após o jogo, Gustavo Cabral negou ter usado termos racistas, afirmando que disse apenas a expressão argentina "cagón de mierda" (em tradução livre, "cagão de m***").

"Nos chocamos, levei um chute, e ele disse que o acertei com a mão. Isso gerou uma discussão. O árbitro fez o sinal de racismo, mas não houve nada disso. Usei uma expressão comum na Argentina: 'cagón de mierda'. Repeti isso várias vezes. A situação ficou um pouco tensa. No vestiário, ele ainda me chamou para brigar, e discutimos mais um pouco", explicou o defensor do Pachuca.

Xabi Alonso, técnico do Real Madrid, manifestou apoio a Rudiger e destacou que o racismo é inaceitável.

"Apoiamos o Rudiger. Vamos seguir o protocolo da Fifa, investigar e tomar as medidas necessárias, pois isso é inadmissível. Não há tolerância para racismo", declarou em coletiva de imprensa.

A Fifa ainda não emitiu um posicionamento oficial, mas já iniciou investigações, conforme determina o protocolo antirracista.