Sem derrotas, sem gols sofridos e com vaga na Copa: Ancelotti estreia na seleção brasileira com sucesso e ganha apoio do grupo

Dois jogos, quatro pontos conquistados, nenhuma bola nas redes adversárias e a classificação para a Copa do Mundo de 2026 assegurada. Carlo Ancelotti tem muito a celebrar após sua primeira semana completa à frente da seleção brasileira.

Anunciado com grande expectativa pela CBF, após quase dois anos de negociações, o técnico italiano ainda não conseguiu implantar um estilo de jogo envolvente. Ainda assim, os resultados contra Equador (empate em 0 a 0, em Guayaquil) e Paraguai (vitória por 1 a 0, em São Paulo) mostram um início sólido, embora o desempenho em campo ainda não revele uma transformação radical.

Após o triunfo contra os paraguaios, os jogadores não pouparam elogios ao impacto de Ancelotti. Com mais de 1,8 mil jogos como treinador, o italiano, habituado a lidar com grandes estrelas, conquistou o elenco com sua postura acessível e envolvente no cotidiano.

“Não quero comparar com outros trabalhos, mas Ancelotti me surpreendeu muito com sua humildade. Ele é um grande nome, mas trata jogadores, funcionários e toda a equipe com uma simplicidade que inspira. Isso cria um ambiente onde todos se sentem iguais”, destacou Danilo, que entrou nos minutos finais contra o Paraguai.

“Ele compartilhou várias histórias com a gente, é um cara muito gente boa. Com mais de 1.800 jogos como treinador, sua experiência é impressionante. Ele sabe como conversar com os jogadores e está realmente feliz por estar aqui. Até disse que quer aprender português agora. Sempre sonhei em ser treinado por ele”, afirmou Bruno Guimarães, titular nas duas partidas.

“Você percebe no olhar dele o quanto está empolgado por comandar a seleção brasileira. Isso nos motiva. Se alguém do nível dele está tão animado, essa energia precisa se refletir em campo”, completou o zagueiro do Flamengo.

Ancelotti é o quarto treinador desde a Copa do Mundo de 2022. O ciclo começou com Ramon Menezes como interino, passou por Fernando Diniz e Dorival Júnior, até que o italiano, um sonho antigo do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, assumisse o comando.

Agora, a seleção terá uma pausa até setembro, quando enfrentará Chile (em casa, possivelmente no Maracanã) e Bolívia (fora), encerrando as eliminatórias. Até lá, Ancelotti poderá aproveitar um período de tranquilidade, longe da pressão que encontrou ao assumir uma seleção em crise.

Há sinais de mudança, não tanto no desempenho em campo, mas no ambiente do grupo. Um mérito que reflete o carisma e a competência de Carletto.